sábado, 24 de abril de 2010

Animes - 40 anos de sucesso

Pois é, a maioria sabe que a imigração japonesa no Brasil começou a mais de 100 anos. Mas quem, atualmente sabe quando os animes "imigraram" para cá? Pode parecer incrível, mas nós, brasileiros, assistimos animes há mais de 40 anos!





Anos 60/70:

As primeiras séries animadas japonesas a chegarem no Brasil apareceram nas telinhas preto-e-branco-e-a-valvula da época entre 1968 a 1670, seguindo a rasteira do grande sucesso que foi uma da primeiras séries de live-action japonesas e também a ícone de toda uma geração de crianças brasileiras: Nacional Kid. Como era uma série "japonesa" que fez grande sucesso na época (dizem que as ruas ficavam vazias de crianças no horário de exibição da série), outros live-actions foram adquiridos por emissoras concorrentes como "Agentes Fantasmas", "Vingadores do Espaço", "Esper" e outros. 


Nacional Kid



E ao contrario do que se pensa, estes animes não foram negociados direto com os japoneses, e sim com distribuidoras mexicanas, espanholas, italianas e norte-americanas.. Na época ainda inexperientes na venda internacional de desenhos animados (a primeira série animada para TV no Japão foi o lendário "Astro Boy"), os japoneses vendiam seus animes para outros países dando o direito de repasse.... ou seja, o "atravessado" podia vender a série para emissoras de outros países além do seu, desde que desse uma comissão ao proprietário da série (rumores dizem que tais comissões nem sempre eram pagas e assim algumas destas séries foram exibidas ilegalmente e de boa-fé pelas emissoras brasileiras).



Anos 70:

A Segunda grande leva de animes invadiu o Brasil em 1974/75, junto com os anos negros da ditadura militar, desaparecimento de políticos "perigosos" ao regime estabelecido, tiroteios na região do Araguaia e bombas de Napalm no Vietnã. Tirando a chegada de grandes clássicos dos anos 60 como "A Princesa e o Cavaleiro", "Kimba", "Esquadrão arco-íris", "Sawamu", "O Demolidor", "Fantasmas", "Speedy Racer" e outros do mesmo calibre.



Sawamu


Na época não surgiu NENHUMA revista informativa para gurizada. As editoras só queriam saber de Barbapapa, Disney e Turma da Mônica. Desligados da realidade da gurizada que curtia mais um esqueleto gargalhante que um certo capitão norte-americano, as editoras brasileiras perderam uma ótima oportunidade de ganhar um bom dinheiro com revistas informativas.


Mas para não dizer que isso era atraso só do Brasil, mesmo no Japão a coisa não andava muito diferente. Raras eram as convenções, e poucos artistas de mangá ganharam notoriedade. No Japão, até quase o final dos anos 70, ser artista de mangá era considerado um emprego tão absurdo quanto ser um jogador de futebol no Brasil (bem até hoje ainda há preconceitos.... mais está menor do que antes). Mas isso estava para mudar.



Anos 80:

De 1978 até 1983, se viveu principalmente de reprises de animes até enjoar e encher o saco! Para se Ter uma noção a "Princesa e o Cavaleiro" e "Kimba" foram reprisadas incontáveis vezes em duas emissoras diferentes, só para citar os feitos de "Tezuka"! E os que tinham copias coloridas (já que as TVs a cores, se popularizaram rapidamente) eram exibidos direto e infinitamente até saturar a mente do ser vivo que os assistiam.,


Uma das raras exceções de animes inéditos nesta época foram a primeira e a Segunda temporada de "Candy Candy" (79/81), "Honey Honey", "Marco e Heidi" (estes dois foram os primeiros animes dirigidos por um sujeito desconhecido até então no Japão, e que se tornaria uma lenda no final da década de 80: o senhor Hayou Miyasaki) e mais algumas outras séries que o Sr Abravanel (Silvio Santos) trouxe quando inaugurou sua própria emissora de TV. 


Honey Honey




Anos 90:

1994: Cavaleiros dos Zodíaco estréia na Rede Manchete de TV, sem nenhum custo para emissora. Tudo oque se pedia em troca era o uso dos comerciais durante a exibição do anime, para vender os bonequinhos com armaduras dos personagens da série. Um estrondoso e inesperado sucesso. Naquele ano foram vendidos mais de 2 milhões dos bonequinhos com armaduras, contando apenas os oficiais!


Cavaleiros do Zodíaco


Os anos 90 também assistiram o surgimento dos primeiros grandes eventos, que atualmente reúnem vários otakus durante vários dias (geralmente dois). Primeiro deste calibre a surgir foi o Mangacon, que chegou a contar com mais de 1,000 visitantes em dois dias nas primeiras edições, mas agora está decaindo... fora este, há uma dúzia de outros eventos em diversas capitais e grandes cidades do país, que agregam de centenas a milhares de otakus em suas edições.



Top7 dos maiores animes que passaram pela TV brasileira


1. Cavaleiros do Zodiaco: O primeiro anime a fazer um sucesso ENORME. Goste ou não goste, a importância dele na história do anime no Brasil e entre os otakus brasileiros é inquestionável.


2. Sailor Moon: o primeiro shoujo anime a fazer sucesso no Brasil. Graças a ele vieram depois guerreiras mágicas de Rayearth no SBT. Foi o primeiro anime direcionado ao público feminino (embora tivesse vários fãs homens).


3. Pokémon: Depois de Cavaleiros, veio Yu Yu Hakusho, e depois, a Manchete, grande provedora de animes, faliu. Consequência: marasmo total. Isso até chegar Pokémon, que repetiu uma febre no mesmo nível de Caveleiros.


4. Neon Genesis Evangelion: Nunca passou na tv aberta, mas graças aos fansubbers, muita gente viu. Roteiro intrincado, misterioso e complexo. Provou que animes podem alcançar o nível de arte.


5. Dragon Ball Z: Logo depois do sucesso de Pokémon apagar, veio esse anime, que só veio a fazer sucesso mesmo na sua fase Z, quando o humor é deixado de lado em prol das lutas, muito bem conduzidas. Outro anime, que ao lado de Pokémon, conseguiu repetir o sucesso de Cavaleiros.


6. Death Note: Anime que ficou famoso graças a Internet. Graças a Internet banda larga e as taxas cada vez maiores de compressão, disponibilizar animes ficou muito mais fácil do que no tempo dos fansubbers. Acabou sendo lançado em mangá, e parece que em breve vai passar na TV fechada.


7. Naruto: Outro anime que se popularizou antes mesmo de passar na TV aberta. Agora é febre.

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